Os edifícios da antiga Plexus, uma das principais empresas de exploração de algodão no País, que o tribunal pretendia vender no âmbito da insolvência em curso, vão passar para negociação particular após a hasta pública não ter tido interessados, informou esta quarta-feira, 6 de Agosto, a agência Lusa.
“Não recebemos propostas e a praça foi declarada deserta. Vamos passar para a próxima fase, que será uma negociação particular, para tentar obter um valor um pouco superior”, explicou à comunicação social o administrador da insolvência, Auxílio Nhabanga.
O Tribunal Judicial de Cabo Delgado tinha previsto iniciar na terça-feira, 5 de Agosto, a venda em hasta pública de dez conjuntos de edifícios e fábricas pertencentes à antiga Plexus, estimando arrecadar cerca de 488,8 milhões de meticais (6,6 milhões de dólares).
Este processo enquadra-se na insolvência da Plexus que, até 2022, foi detida por um grupo britânico e cuja actividade cessou naquele ano. O encerramento da empresa deixou milhares de produtores de algodão em Cabo Delgado sem alternativa para escoar a produção, além de dívidas elevadas, avaliadas no plano de recuperação de 2023 em cerca de 515 milhões de meticais (6,9 milhões de dólares).
O grupo britânico justificou a degradação financeira desde 2016 e o fim das operações em 2022 pelos prejuízos provocados por sucessivos ciclones que afectaram a região, assim como pelo impacto da violência armada na província.
Após a falta de compradores na hasta pública, os bens serão agora negociados de forma particular, mediante propostas em cartas fechadas, decisão tomada hoje após uma reunião entre a administração da insolvência, a comissão de credores e o juiz responsável pelo processo.
A administração garantiu que, após a venda dos activos, será dada prioridade ao pagamento dos salários em atraso. “Os trabalhadores vão ter prioridade no processo de pagamentos”, afirmou Benedito Cossa, representante dos credores.