A estatal indiana Oil and Natural Gas Corporation Ltd (ONGC) aprovou um investimento adicional de 61 milhões de dólares norte-americanos (cerca de 3 mil milhões de meticais) para reforçar o financiamento das suas subsidiárias envolvidas no Projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Área 1, na Bacia do Rovuma, norte de Moçambique. A informação foi divulgada pelo portal Diário Económico, com base em dados avançados pelo Khabar India.
De acordo com um comunicado enviado à bolsa de valores da Índia no dia 22 de Julho, os montantes serão desembolsados nos exercícios financeiros de 2025-2026 e 2026-2027, por meio das subsidiárias ONGC Videsh Rovuma Ltd (OVRL) e Beas Rovuma Energy Mozambique Ltd (BREML), ambas pertencentes à ONGC Videsh Ltd (OVL), que detém uma participação de 16% no consórcio liderado pela TotalEnergies.
Segundo os detalhes apresentados, a BREML deverá aplicar cerca de 1,2 mil milhões de meticais (15,3 milhões de dólares) em 2025-2026 e 635 milhões de meticais (7,6 milhões de dólares) em 2026-2027. Já a OVRL investirá aproximadamente 2,1 mil milhões de meticais (25,6 milhões de dólares) no primeiro período e mil milhões de meticais (12,8 milhões de dólares) no segundo.
Estes montantes correspondem a ajustes nos custos estimados do projecto, cuja implementação tem sofrido atrasos desde 2021 devido à insegurança na província de Cabo Delgado, onde decorrem as operações.
Ainda segundo o Diário Económico, em Abril de 2025, a ONGC submeteu à votação dos seus accionistas um pacote de transacções financeiras relacionadas com as actividades em Moçambique, incluindo um adiantamento de 18 milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de meticais) da OVL à BREML.
O projecto GNL da Área 1 é considerado um dos maiores investimentos estrangeiros em África, com uma produção estimada em 13,1 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano, extraído das reservas da Bacia do Rovuma. Para a Índia, representa um activo estratégico para a diversificação energética global.
Em paralelo, analistas do mercado estimaram, em Maio, uma valorização potencial de até 50% das acções da ONGC, após a divulgação dos resultados financeiros do último trimestre de 2024-2025. A empresa reportou um lucro líquido de 77,5 milhões de dólares (6,2 mil milhões de meticais) no trimestre de Março, abaixo das previsões do mercado (106 milhões de dólares), e uma queda de 22% face ao trimestre anterior.
Apesar da pressão sobre os lucros, a ONGC mantém o seu compromisso de revitalizar os projectos internacionais, com destaque para o empreendimento em Moçambique, que permanece estratégico para o futuro energético do país e da região.