Knighthood Global anuncia conclusão do contrato com a LAM

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A consultora internacional de aviação Knighthood Global anunciou ter concluído o contrato de três meses para reposicionamento da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas admite estar em curso uma negociação para a sua extensão.

“A Knighthood Global concluiu seu contrato de três meses com a LAM e entregou o relatório final do serviço à administração (…). Os acionistas estão a trabalhar numa extensão deste contrato, aguardando-se ansiosamente a sua conclusão em breve”, lê-se numa informação da consultora internacional de aviação, Abu Dhabi, consultada hoje pela Lusa.

Em maio, quando foi contratada pelos novos acionistas da LAM, a consultora assumiu que tinha três meses para “estabilizar e reposicionar” a companhia aérea estatal moçambicana, em processo de reestruturação, explicando que foi “nomeada pelo Governo de Moçambique para ajudar a revitalizar” a transportadora e “o setor da aviação em geral do país”.

“O foco nos primeiros três meses será estabilizar e reposicionar a LAM”, lê-se na nota, em que a consultora refere que irá trabalhar com os novos acionistas, as empresas públicas Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), as quais “têm um mandato para adquirir as aeronaves apropriadas e restabelecer uma frota”.

A consultora previa nessa informação, que a Lusa divulgou em 19 de maio, a “transformação” da LAM e o alinhamento da companhia “em torno de uma única estratégia” para resolver os problemas da transportadora.

“Além disso, a conectividade certa apoiará o turismo em Moçambique e, principalmente, apoiará o desenvolvimento e o crescimento de outros setores importantes, incluindo a mineração, o petróleo e a agricultura”, acrescentava.

A Knighthood Global chegou a lançar em junho um concurso para contratar, representando a companhia, até cinco aeronaves Boeing 737-700 para a frota da LAM, desconhecendo-se qualquer desfecho do processo.

A LAM anunciou em 12 de agosto a aquisição da primeira aeronave nos últimos 18 anos, um Bombardier Q400, destacando este marco como a primeira prova “tangível” da nova gestão, encarregue de reestruturar a companhia estatal.

“É a primeira aeronave que adquirimos, nos últimos 18 anos. E é a primeira aeronave de muitas outras que iremos introduzir e integrar na frota da LAM e fazer com que a nossa companhia aérea volte a ser o que deveria ser, o que precisa de ser e que será”, disse, em conferência de imprensa, em Maputo, Dane Kondic, presidente da comissão de gestão da companhia.

A companhia aérea moçambicana enfrenta, há vários anos, problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves, estando agora num profundo processo de reestruturação.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, disse em 28 de abril, que há “raposas e corruptos” dentro da LAM, com “conflitos de interesse” que impediram a restruturação da companhia nos primeiros 100 dias de governação.

A crise levou a companhia a deixar praticamente de realizar voos internacionais este ano, concentrando-se nas ligações internas, levando também a uma nova administração em maio e a acionistas, casos da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose).

Entretanto, a LAM lançou também em 31 de julho um concurso para o aluguer de curta duração de cinco aeronaves.

O Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) moçambicano anunciou, em 13 de maio, o afastamento da administração da LAM e a nomeação de uma comissão de gestão presidida por Dane Kondic, de 60 anos, antigo diretor executivo da Air Serbia e ex-presidente do conselho de administração da portuguesa euroAtlantic.

Em média, a LAM tem atualmente um universo de 915 passageiros diários para destinos nacionais e regionais.

Fonte: Lusa Moçambique