Moçambique inaugura em novembro a primeira unidade de processamento e produção de gás doméstico do país, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane, anunciou hoje o Governo moçambicano.
“No próximo dia 13 de novembro iremos inaugurar a nova infraestrutura de processamento de hidrocarbonetos localizada em Inhassoro. Esta unidade permitirá a produção integrada de gás natural, GPL, vulgarmente conhecido por gás de cozinha, e petróleo leve, ampliando a capacidade nacional de refinação”, afirmou o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estevão Pale.
A nova unidade vai permitir ao país reduzir a dependência de importações deste produto, aumentar a disponibilidade de combustíveis no mercado interno e gerar novas oportunidades de negócio e emprego no setor energético, segundo o Governo.
Em conferência de imprensa, o ministro indicou que o executivo pretende também avançar com abertura de espaço para permitir a participação do setor privado neste projeto de gás e noutros relativos às áreas de combustíveis e eletricidade, “mas garantindo, em simultâneo, melhor regulação e fiscalização pelo Estado”.
Em 14 de julho, o Governo moçambicano tinha estimado o arranque da produção de gás doméstico pela petrolífera sul-africana Sasol no início de 2026, depois de atrasos provocados, nomeadamente, pela agitação pós-eleitoral no país.
“O projeto está em curso, está em andamento. Houve aqueles atrasos que foram verificados devido à questão das manifestações e outros. Mas, contamos que até final do ano, princípios do próximo ano, o projeto vai começar a fluir”, disse naquela data o ministro Estêvão Pale.
O projeto é da petrolífera sul-africana Sasol e para produzir em Moçambique gás de cozinha, tendo em conta que já explora no país a produção de gás em Temane (Inhassoro) e Pande (Govuro), em Inhambane.
A primeira pedra deste empreendimento foi lançada em 27 de março de 2022.
Em maio, a petrolífera sul-africana tinha admitido poder arrancar com a produção a partir deste mês de setembro, após avançar que a fábrica que está a ser instalada no sul de Moçambique estava numa fase de comissionamento.
Trata-se de um projeto de mil milhões de dólares (907,6 milhões de euros) do Contrato de Partilha de Produção (PSA) de gás e eletricidade em Moçambique, anunciou o presidente da companhia sul-africana.
“Tem sido um projeto maravilhoso”, afirmou na altura o presidente e diretor executivo da Sasol, Simon Baloy, após reunir-se, em Maputo, com o Presidente moçambicano para abordar o projeto.
“Este projeto vai permitir não só que o gás entre na produção de energia, como vamos enviar esse gás para a segunda maior central elétrica de Moçambique, o CTT [Central Térmica de Temane] que também está perto da conclusão e que também produzirá GPL [botijas de gás de cozinha] que será utilizado e reduzirá a quantidade de gás que é importado por Moçambique”, acrescentou Baloy.
O projeto de PSA preconiza, respetivamente, a produção de 53 milhões de megajoules de gás natural por ano, que irá materializar a implementação da Central Térmica de Temane e a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia, segundo dados do Governo moçambicano.
A CTT terá capacidade para produzir 450 megawatts de energia elétrica e a unidade de processamento 30 mil toneladas anuais de GPL.
O Governo moçambicano, que estimou anteriormente o início da produção naquela unidade em março, prevê que o país vai reduzir em 70% as importações de gás de botija, com o arranque da operação na unidade de Inhassoro.
Fonte: Lusa Moçambique