O feijão bóer é uma cultura de rendimento de alto valor nutricional, desempenhando um papel importante na garantia da segurança alimentar e nutricional nas comunidades. Por essa razão, o Centro Regional Norte do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) está a intensificar a produção da semente pré-básica de uma nova variedade desta leguminosa.
A nova variedade, denominada ICEP00557, destaca-se pelo seu elevado rendimento, que varia entre 2,5 e 3 toneladas por hectare, e pelo ciclo de produção relativamente curto, de cerca de 150 dias — ou seja, 30 dias menos que as variedades tradicionais, que necessitam de aproximadamente 180 dias para a maturação. Essa redução no tempo de cultivo contribui para mitigar riscos climáticos e aumentar a eficiência produtiva.
Segundo António Chamwene, delegado regional norte do IIAM, a semente ainda se encontra na fase pré-básica. “Na próxima campanha, este material será multiplicado em semente básica e, só daqui a dois anos, chegará aos produtores. A semente certificada, que é processada, empacotada e disponibilizada para venda, é obtida a partir da semente básica, num processo que envolve empresas ou produtores certificados para o efeito,” explicou.
Chamwene acrescenta que o feijão bóer, por ser uma leguminosa, tem uma alta concentração de proteína, ajudando a suprir o défice proteico nas comunidades. Nesta campanha, o IIAM já dispõe de cinco hectares cultivados com a variedade ICEP00557, o que deverá resultar em 12,5 a 15 toneladas de semente, quantidade que poderá ser quadruplicada quando multiplicada em áreas maiores.
O processo de produção de sementes começa com o trabalho de melhoramento, pesquisa e seleção, envolvendo empresas especializadas que garantem a certificação antes da distribuição aos produtores. “Temos aqui uma variedade promissora, que alia bom rendimento, ciclo produtivo mais curto e benefícios nutricionais significativos para a população,” concluiu o engenheiro agrónomo.
Fonte: IKweli